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Informações precisas, coletadas com base em tecnologia de ponta, podem mudar os rumos dos jogos de tênis

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Por [email protected] 31/03/2025 às 22:52:18
O ex-atleta Marcio Torres e amigos comandam, juntos, a empresa de análise de dados dominante no mundo; 14 das 20 melhores tenistas do circuito hoje utilizam esse serviço. Entre os homens, 11 dos 20 mais bem ranqueados do mundo pagam pelos dados. João Fonseca sobe no ranking dos tenistas profissionais

O tenista brasileiro João Fonseca alcançou a melhor marca da carreira no ranking mundial. Ele melhorou da posição 60 para a 59. O João tem 18 anos; é o mais jovem entre os 100 melhores tenistas.

O sucesso do João Fonseca e de muitos outros atletas no tênis é também responsabilidade de um brasileiro.

Imagine enxergar o que está por trás de tudo o que acontece em uma quadra de tênis. Márcio Torres é ex-atleta e percebeu que informações precisas, coletadas com base em tecnologia de ponta, poderiam mudar os rumos dos jogos de tênis. Assim, se juntou a um grupo de amigos que hoje comandam a empresa de análise de dados dominante no mundo.

Quatorze das 20 melhores tenistas do circuito hoje utilizam esse serviço. Entre os homens, 11 dos 20 mais bem ranqueados do mundo pagam pelos dados. Lendas do esporte também aderiram ao longo da carreira, como Roger Federer, Novak Djokovic e Serena Williams. Assim como faz hoje João Fonseca, o prodígio do tênis brasileiro.

"Os nossos clientes têm aquela gordurinha a mais para ganhar aquele ponto extra, que é o break point, que faz a diferença entre ganhar um Grand Slam e perder um Grand Slam, ser número um do mundo ou três do mundo", diz Marcio Torres, ex-tenista e empresário.

Informações precisas, coletadas com base em tecnologia de ponta, podem mudar os rumos dos jogos de tênis

Jornal Nacional/ Reprodução

Não é fácil se diferenciar nesse meio, já que estatísticas das partidas são fornecidas gratuitamente por torneios, federações e associações de jogadores. Mas Marcio explica que a opção foi ir além, garimpando informações inusitadas, que têm impacto direto na vida do jogador.

Ao traquear a bolinha pela quadra, é possível saber, com precisão, como cada atleta se movimenta. Por exemplo: se ele está demorando alguns centésimos de segundo a mais para executar um golpe em relação ao que conseguia fazer no passado, o sinal de alerta é ligado.

"Pode ser que o primeiro passo da perna direita dele está menos explosivo. A gente fala assim: 'Olha, você está menos explosivo, pode ser que você tenha um começo de lesão. Pode ser que seu quadríceps esteja muito fadigado, pode ser a sua panturrilha...'. Então, assim, eu não sei exatamente se ele tem uma lesão, mas eu sei que ele está mais lento, eu tenho muito dado, e eu falo para o treinador e para o preparador físico: 'Tem alguma coisa que não está normal'", explica Marcio Torres.

Uma outra possibilidade curiosa desse sistema vem com um software de reconhecimento facial, que opera em tempo real nas partidas. Atletas conseguem descobrir como eles próprios e também como os rivais manifestam o nervosismo em momentos decisivos. E isso vira informação importante para mudar comportamentos em quadra.

"Quando ele está sob pressão, a cara dele fica mais fechada, e a gente sabe que ele está tenso. E a gente, para dar um feedback para ele e para os treinadores, diz: 'Olha, você tem que ficar mais calmo, você tem que tomar mais tempo, você tem que ir na toalha, tem que respirar'. Tem muita emoção nos jogadores e treinadores. A gente não tem emoção. É só dados", afirma Márcio Torres.

Nada disso substitui a habilidade dos atletas. É um complemento que tenistas aprenderam a usar. Da frieza dos números é possível retirar uma pequena vantagem, decisiva em grandes conquistas.
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