O empresário Nestor Hermes aceitou, na Justiça, o pedido formal de desculpas de Ajax Augusto Mendes Correa Júnior, também empresário, após acusações de atentado contra sua honra por meio de matérias tendenciosas publicadas em veículos de grande alcance nacional.
Ajax teria utilizado as reportagens para influenciar a opinião pública e, consequentemente, obter decisões judiciais favoráveis em disputas fundiárias envolvendo as empresas de Hermes.
A ação judicial foi iniciada por Hermes após a publicação de matérias que o associavam a atividades ilícitas, incluindo grilagem de terras no oeste da Bahia e a abertura de uma offshore no Caribe, sugerindo irregularidades.
Hermes negou todas as acusações e moveu uma queixa-crime contra Ajax por calúnia, injúria e difamação, além de apresentar documentos para refutar as alegações, inclusive comprovando que não é investigado pela Operação Faroeste, ao contrário, figura como vítima da organização criminosa. A operação, deflagrada em 2019, investiga um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) relacionado à grilagem de terras no oeste do estado, que envolve políticos, juízes e empresários.
Segundo o processo, as matérias foram produzidas pela Torre Comunicação e Estratégia LTDA., contratada pela AMC Agropastoril, empresa de Ajax. A defesa de Hermes argumentou que a divulgação dessas informações fazia parte de uma estratégia para manipular a opinião pública e, assim, influenciar decisões judiciais em disputas territoriais entre Hermes e Ajax.
No acordo judicial, Ajax reconheceu o erro e se desculpou formalmente pelos danos causados à honra de Hermes, afirmando que "jamais teve a intenção de ofender a honra" do empresário e que não corroborou com nenhum conteúdo injurioso, difamatório ou calunioso divulgado nas reportagens. Hermes foi autorizado a divulgar o pedido de desculpas de acordo com sua conveniência. A conciliação foi homologada pela juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, em 30 de agosto de 2024.
As matérias consideradas difamatórias surgiram às vésperas de julgamentos envolvendo as empresas Val do Formoso, pertencente a Hermes, e AMC Agropastoril, de Ajax. A proximidade das datas das reportagens e dos julgamentos levantou suspeitas sobre uma possível tentativa de Ajax de pressionar juízes baianos envolvidos nos casos, manipulando a cobertura midiática para intimidar os magistrados.
Fonte: Fonte : Bnews